Vamos fazer compostagem?

No meu último post sobre minhocas prometi que falaria sobre compostagem doméstica, assunto que já haviam me solicitado. Para dar informações mais completas, pesquisei bastante e encontrei ótimos manuais de Portugal, onde possuem um programa reconhecido pela UE. Os links, encontram-se no final da matéria.

Arte: Projeto Compostagem no Seixal - Portugal

A compostagem é processo natural de decomposição de resíduos orgânicos (cascas de frutas, talos de verduras, grama cortada, etc.) que dá origem a um material escuro, com aspecto de terra, denominado "composto".
Este composto, rico em nutrientes e fungicidas naturais, é utilizado como adubo, beneficiando o solo, o desenvolvimento das plantas e reduzindo o uso de fertilizantes e agentes químicos.

Fazer compostagem doméstica é bastante simples, uma vez que não requer grandes conhecimentos técnicos, é economicamente viável pois utiliza resíduos domésticos contribuindo com o meio ambiente na redução de lixo e ainda produzindo o composto que pode ser utilizado em jardins, hortas, vasos e floreiras.

Você deve separar para compostagem:
Resíduos orgânicos oriundos basicamente da cozinha, tais como cascas e restos de frutas, batatas, outros legumes e hortaliças, borras e filtros de café, folhas e saquinhos de chá, casca de ovo (lavadas e esmigalhadas), restos de grãos, massas e cereais e,

Resíduos secos como folhas secas, aparas de madeira e galhos, palha, aparas de grama, que podem ser obtidos na limpeza do jardim. Caso não tenha esta fonte de resíduos, você vai precisar adquirir serragem ou palha.
Apesar de em algumas fontes citarem restos de comida, não aconselho e acho arriscado. Assim como jamais deve-se colocar restos de carne, ossos, plantas com doença ou agrotóxico.

Existem 2 tipos de compostagem:
> a compostagem seca, cuja decomposição se dá pela ação micro-organismos e
> a vermicompostagem, com utilização de minhocas

A compostagem seca é mais adequada para quem possui uma boa área externa (jardim) e em áreas rurais, pode ser feita utilizando um recipiente - que pode ser construído ou adquirido no mercado - ou diretamente sobre o solo.
O processo básico é colocar 1 porção de material orgânico (resíduos úmidos) para 2 porções de material seco (palha, serragem, folhas secas) e misturar bem, para entrada de ar.
No mercado há opções de composteiras com mecanismos para revolver a mistura.

Já direto no solo, é necessário se fazer um buraco de cerca de 60 cm de diâmetro por 40 cm de profundidade, colocar galhos secos no fundo (para permitir circulação de ar) e encher com a combinação de resíduos úmidos e secos (1x2), remexendo sempre com um ancinho, até chegar a +/- 1,50 m de altura. Cubra com palha e deixe descansar por 2 meses.

Vermicompostagem ou Minhocário

A vantagem deste processo é que pode ser feito em qualquer espaço, inclusive num cantinho da área de serviço.

Para este processo, se utiliza 3 caixas plásticas, de revestimento opaco - que não permita a entrada de luz - que se sobreponham e uma tampa. Se você for adepto ao "faça você mesmo" é possível fazer em casa (veja detalhes no blog da Consul) ou então adquirir prontas em fornecedores (coloquei o link de alguns, abaixo)

As duas caixas superiores são as digestoras e furadinhas no fundo e nas laterais e a caixa de baixo é onde se acumulará o chorume. O processo deve ser iniciado nas caixas do superiores: cubra o fundo das 2 caixas com cerca de 5 cm de terra boa e deposite as minhocas na caixa superior. As mais recomendadas são da espécie californiana.

Sobre as minhocas, deposite os resíduos - comece com uma pequena quantidade e vá aumentando gradualmente - cubra com palha ou serragem, tampe e deixe as minhocas fazerem seu trabalho.
Quando a caixa superior estiver cheia, transfira para baixo e coloque em cima a vazia. Não se preocupe, as minhocas vão migrar para cima para buscar alimento, é por isso que existem os furos no fundo da caixa! E quando todas migrarem, teremos na caixa inferior o humus, um adubo excelente.
E o chorume?
O churume, o líquido que fica armazenado na última caixa, também é um biofertilizante ótimo para as plantas. É só dilui-lo em água, numa proporção de 1 parte de chorume para 5 ou até 10 de água e borrifar nas folhas das plantas, na horta e até no solo. E ele ainda pode ser armazenado em garrafas pet.

Seguem os links:
Vídeo Jornal de Notícias, Portugal
Projeto Compostagem, Portugal
Guia prático, Portugal
eCicle, Brasil
Morada da Floresta, Brasil
Ecoisas, Brasil
Jora Brasil

Minhoca é bom, mas no vaso não!

Tudo mundo sabe ou já ouviu falar sobre a
importância da minhoca para o solo e também
sobre o uso do humos de minhoca como adubo natural - um excelente adubo, por sinal.

Esses bichinhos de aparência estranha, corpo anelado, que vivem em baixo da terra e que causam aversão a algumas pessoas são na verdade um dos maiores aliados do meio ambiente.

As minhocas se alimentam de restos orgânicos em decomposição depositados no solo, tanto os de origem vegetal como folhas, cascas e raízes mortas, como de origem animal, transformando, no processo digestivo, estes resíduos em um adubo rico em nutrientes que podem ser absorvidos pelas plantas vivas - o humos.

O humos de minhoca é muito mais rico em cálcio (Ca), magnésio (Mg), nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) do que qualquer material que lhe deu origem, por isso é um excelente fertilizante natural.
Agora você deve estar se perguntando: então por que não devo ter minhocas nos meus vasos de plantas?

Explico: O micro ambiente de um vaso não é apropriado para a minhoca. Ela necessita de espaço e de muito resíduo para se alimentar. Além disso, a minhoca se reproduz rapidamente, botando centenas de ovos em um curto período. Só para se ter ideia, a minhoca vive até 16 anos e, neste período, pode colocar em média 15 milhões de ovos! Então o que acontece com este monte de minhocas? Vão começar a saltar de seu vaso, andar pela varanda, pela sala....

Já vi algumas pessoas dizendo que minhoca traz dano as plantas em vasos porque comem suas raízes. ISTO NÃO É VERDADE. As minhocas não se alimentam de qualquer coisa viva. Por isso, se não encontrarem alimento no seu vaso, vão buscar outro lugar, "fugindo" do vaso.

Agora, se você quer ter minhocas em casa e ajudar ainda mais o meio ambiente, que tal uma composteira? Falarei sobre isso no próximo post.

Flores: um lindo presente!

Como no próximo dia 8 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher, pensei logo em falar sobre o significado das flores e de suas cores. Afinal, elas são sempre um maravilhoso presente!

Começando pela rainha da flores, as rosas são tradicionais e populares no mundo todo.
Presentes desde a antiguidade - há registros delas inclusive em fósseis - são conhecidas pelo seu aroma marcante e pela simbologia que as envolvem:
Rosas vermelhas: significam paixão, amor ardente;
Cor-de-rosa: amor, carinho, charme;
Amarelas: felicidade, amizade, saúde;
Brancas simbolizam a paz, a pureza;
Champanhe: admiração, respeito;
Laranja: encanto, deslumbramento;
Coral: desejo, entusiasmo.

O cravo é outra flor muito tradicional.
Na Grécia antiga coroas de cravos eram usadas em cerimônias. No Renascimento, o cravo era um sinônimo da fidelidade matrimonial - por isso até hoje é utilizado na lapela dos noivos e padrinhos.
Cravos brancos significam amor puro, boa sorte. Vermelhos: respeito, amor e paixão. Cor-de-rosa: felicidade e gratidão. Roxos: solidão, inconstância. Amarelos: apesar de significarem rejeição, quando combinado num arranjo de cores vivas, significa alegria e vivacidade.

A gerbera, esta linda flor da mesma família do girassol, apresenta uma variedade incrível de cores vivas de pétalas com centro de coloração diferente.
Combinada em arranjos ou buques, ou ainda solitária, é uma lindo presente que significa alegria, energia, amor, nobreza, sensibilidade, charme, sensualidade, dedicação e beleza.
As de cor amarela e laranja simbolizam calor, lealdade, energia e entusiasmo. As de tons púrpura e rosa, amor, sensualidade e carinho.

E o que dizer das doces begônias, com suas flores dobradas e compactas e lindas folhas?
A flor da begônia significa felicidade, delicadeza, cordialidade e está associada a lealdade do verdadeiro amor, por isso é muito indicada para namorados e casais apaixonados.
Por serem vendida em vasos, trazem também com elas a força da terra, do permanente.
Como a flor por si só tem todo um significado, pouco importa a cor, que vai do amarelo ao vermelho, passando pelo laranja e rosa.

Por fim, eu não poderia deixar de falar das orquídeas, uma flor que eu adoro!

Com sua beleza única e uma variedade de cores, combinações e formas, a orquídea é sempre um presente refinado, elegante e de bom gosto.

A orquídea possui diversos significados: beleza, amor, perfeição, pureza espiritual, desejo, sabedoria, luxo, força, elegância, podendo exprimir diversos sentimentos.

O Brasil é um dos países que mais possuem variedades no mundo, então cabe a cada um escolher a que mais toca o coração.

Que repolho é esse???

Brassica oleracea var. acephala, popularmente conhecida como repolho ornamental, é uma folhagem semelhante ao nosso repolho crespo originária da Europa, principalmente do Mediterrâneo, que se adaptou muito bem em nosso clima.

Com suas folhas arredondadas, com beiradas crespas,  possui uma variedades de combinação de cores: verde-escuro com vinho, verde-claro com branco, verde-claro com tons de vinho, rajadas em tons de verde, é muito utilizada em composições de jardins e como planta de cobertura.

Da família Brassicaceae, a mesma da repolho, couve-flor, couve, brócolis e couve-de-bruxelas, sua variedade é acephala, ou seja, não forma cabeça,como a couve-de-folhas, porém não se presta para culinária, pois suas folhas são muito duras.
Assim como a maioria das suas parentes, é perene, possuí caule curto e folhas em formato de roseta, mas não atinge mais do que 30 cm de altura e 20 cm de diâmetro.

Muito decorativa, fica linda em jardineiras e vasos, formando composição ou em conjunto com outras plantas, alegrando ambientes externos ou internos, desde que bem iluminadas, pois suporta sol pleno e meia sombra, aprecia o frio subtropical e é resistente a geadas.

Sua inflorescência é do tipo racimo, o que significa em forma de cacho, com um eixo central e flores no topo, e costuma ocorrer no outono e multiplica-se por sementes de seus pequenos frutos deixados para germinar em local protegido do sol.
Por ser mais rústica, não exige muito adubo, mas se beneficia com o solo estercado, principalmente antes do plantio.

Nem só flor traz colorido ao jardim - Tinhorão

Com mais de 1000 variedades, o Caladium bicolor, conhecida popularmente como tinhorão, caládio, coração-de-jesus, tajá e taiá, é uma planta tuberosa da família Araceae (a mesma do antúrio) com folhas belíssimas, rajadas ou pintadas, em tonalidades de verde e vermelho, verde e creme, rosa, numa variedade de desenhos.


Medindo até 40 cm de altura, o tinhorão dá flores brancas ou esverdeadas, parecidas com as do lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisi) no verão. No inverno, ele entra em repouso e por vezes parece até que morreu, mas assim que chega a primavera, brota novamente.

De acordo com a variedade, pode ser cultivada em ambientes externos ou internos, em jardins ou vasos, sob luz difusa, sombra, meia-sombra ou sol pleno, sempre protegida do vento, que rasga suas folhas. O solo deve ser rico em matéria orgânica e umedecido, porém não encharcado.
Sua multiplicação é feita por divisão dos tubérculos no inverno, que devem ser colocados para enraizar em local protegido do sol.

ATENÇÃO: esta planta é toxica! Suas folhas possuem cristais de oxalato de cálcio e saponinas que em contato com os olhos, mucosas e pele podem provocar ardência, irritação e vermelhidão. Sua ingestão pode provocar edema de glote e consequente asfixia. Por isso deve ficar fora do alcance de crianças e animais domésticos.

Nem só flor traz colorido ao jardim - Iresine

A iresine (Iresine herbstii), também conhecida com coração-magoado, chuva-roxa, coração-de-maria ou ainda "purple lady", é uma folhagem de cor marcante que traz um colorido especial a qualquer jardim.

Com suas folhas de formato arredondado (lembrando um coração) num lindo tom  arroxeado, com nervuras cor de vinho, esta planta versátil e resistente dá um toque especial em jardins - formando maciços, renques ou simplesmente solta, como arbusto.

A iresine também se adapta muito bem a vasos, trazendo um lindo colorido a qualquer ambiente. Se plantada em vasos suspensos, ela pende graciosa, numa bela composição, pois seu caule também é avermelhado.
Podendo ser cultivada sob sol pleno ou meia sombra, em solo adubado, a iresine só não é tolerante ao frio extremo.

Para se obter um efeito bem compacto, seja no jardim ou no vaso, deve-se fazer uma manutenção, podando os brotos irregulares.

No verão, surgem pequenas florescências claras, porém pouco representativas.

Nem só flor traz colorido ao jardim - Cóleus

Quando pensamos num jardim colorido, sempre pensamos em flores mas esquecemos que podemos conseguir um maravilhoso efeito com folhagens e arbustos. Variedade é que não falta.

Cóleus (solenostemon scutellarioides) é uma planta tropical de folhagem linda e multicolorida, com folhas de bordas desenhada que combinam vermelho, roxo, verde limão, salmão, amarelo, etc.




Esta vistosa folhagem se adapta tanto em ambientes internos como externos e pode ser plantada em vasos, jardineiras, cestas suspensas e também em jardins, formando maciços ou conjunto.



Em locais de clima quente, fica lindamente colorida o ano inteiro.
Além disso é uma planta de baixa manutenção, não exigindo podas e tolerando estiagem.
Pode ser cultivada ao sol ou meia sombra, em substrato drenável enriquecido com adubo.
Dependendo do espaço em que tiver plantada, algumas variedades podem atingir até 90 cm de altura, mas na média, não passa dos 50 cm.

Ai, que calor!

O verão chegou com temperaturas altas na maioria dos estados brasileiros e, infelizmente, com as lastimáveis chuvas torrenciais. Ai, surge a pergunta: como cuidar das plantas neste calor abrasador?

Que as plantas precisam de água, todos sabem, mas muita gente não sabe é qual a melhor forma e quando elas devem ser regadas.

As plantas devem ser regadas ao amanhecer ou no final da tarde, após às 15h (16h nos estados com horário de verão). Deve-se evitar regar nos horários mais quentes, porque a água acaba evaporando ou a noite, porque as plantas não vão absorver a quantidade necessária de água e suas folhas vão demorar a secar, podendo gerar fungos.

As regas devem ser feitas sempre de forma abundante - no caso de vasos, até que a água comece a escoar pelos furos - já a frequência, depende da necessidade da planta. As samambaias, por exemplo, necessitam de regas constantes enquanto outras, como orquídeas e cactos, não.

A melhor forma de saber quando a planta necessita de água é tocar a terra, verificando seu estado, se está seca ou úmida, ou observar a própria planta. Em casa, eu tenho uma jardineira com temperos onde a sálvia é a primeira a dar sinais de sua sede...

Outra dica importante é regar lentamente, observando a água penetrando na terra, para evitar encharcar demais.

Nos vasos em ambientes externos, como varandas, sacadas, quintais, etc, o fator chuva deve ser observado. Muitas vezes eles podem ficar encharcados, necessitando de auxílio na drenagem, o que pode ser feito removendo o prato e suspendendo um pouco o vaso.

Se o local tiver muito vento é bom lembrar que ele funciona como um "secador" podendo ressecar a planta, o que vai exigir maior frequência nas regas.

Por último, e não menos importante, nunca deixe água nos pratinhos, isso pode apodrecer a raiz da planta e, principalmente, pode virar um criadouro do mosquito da dengue.