segunda-feira, 24 de março de 2014

Vamos fazer compostagem?

No meu último post sobre minhocas prometi que falaria sobre compostagem doméstica, assunto que já haviam me solicitado. Para dar informações mais completas, pesquisei bastante e encontrei ótimos manuais de Portugal, onde possuem um programa reconhecido pela UE. Os links, encontram-se no final da matéria.

Arte: Projeto Compostagem no Seixal - Portugal
A compostagem é processo natural de decomposição de resíduos orgânicos (cascas de frutas, talos de verduras, grama cortada, etc.) que dá origem a um material escuro, com aspecto de terra, denominado "composto".
Este composto, rico em nutrientes e fungicidas naturais, é utilizado como adubo, beneficiando o solo, o desenvolvimento das plantas e reduzindo o uso de fertilizantes e agentes químicos.

Fazer compostagem doméstica é bastante simples, uma vez que não requer grandes conhecimentos técnicos, é economicamente viável pois utiliza resíduos domésticos contribuindo com o meio ambiente na redução de lixo e ainda produzindo o composto que pode ser utilizado em jardins, hortas, vasos e floreiras.

Você deve separar para compostagem:
Resíduos orgânicos oriundos basicamente da cozinha, tais como cascas e restos de frutas, batatas, outros legumes e hortaliças, borras e filtros de café, folhas e saquinhos de chá, casca de ovo (lavadas e esmigalhadas), restos de grãos, massas e cereais e,
Resíduos secos como folhas secas, aparas de madeira e galhos, palha, aparas de grama, que podem ser obtidos na limpeza do jardim. Caso não tenha esta fonte de resíduos, você vai precisar adquirir serragem ou palha.
Apesar de em algumas fontes citarem restos de comida, não aconselho e acho arriscado. Assim como jamais deve-se colocar restos de carne, ossos, plantas com doença ou agrotóxico.

Existem 2 tipos de compostagem:
> a compostagem seca, cuja decomposição se dá pela ação micro-organismos e
> a vermicompostagem, com utilização de minhocas

A compostagem seca é mais adequada para quem possui uma boa área externa (jardim) e em áreas rurais, pode ser feita utilizando um recipiente - que pode ser construído ou adquirido no mercado - ou diretamente sobre o solo.
O processo básico é colocar 1 porção de material orgânico (resíduos úmidos) para 2 porções de material seco (palha, serragem, folhas secas) e misturar bem, para entrada de ar.
No mercado há opções de composteiras com mecanismos para revolver a mistura.

Já direto no solo, é necessário se fazer um buraco de cerca de 60 cm de diâmetro por 40 cm de profundidade, colocar galhos secos no fundo (para permitir circulação de ar) e encher com a combinação de resíduos úmidos e secos (1x2), remexendo sempre com um ancinho, até chegar a +/- 1,50 m de altura. Cubra com palha e deixe descansar por 2 meses.

Vermicompostagem ou Minhocário

A vantagem deste processo é que pode ser feito em qualquer espaço, inclusive num cantinho da área de serviço.
Para este processo, se utiliza 3 caixas plásticas, de revestimento opaco - que não permita a entrada de luz - que se sobreponham e uma tampa. Se você for adepto ao "faça você mesmo" é possível fazer em casa (veja detalhes no blog da Consul) ou então adquirir prontas em fornecedores (coloquei o link de alguns, abaixo)

As duas caixas superiores são as digestoras e furadinhas no fundo e nas laterais e a caixa de baixo é onde se acumulará o chorume. O processo deve ser iniciado nas caixas do superiores: cubra o fundo das 2 caixas com cerca de 5 cm de terra boa e deposite as minhocas na caixa superior. As mais recomendadas são da espécie californiana.
Sobre as minhocas, deposite os resíduos - comece com uma pequena quantidade e vá aumentando gradualmente - cubra com palha ou serragem, tampe e deixe as minhocas fazerem seu trabalho.
Quando a caixa superior estiver cheia, transfira para baixo e coloque em cima a vazia. Não se preocupe, as minhocas vão migrar para cima para buscar alimento, é por isso que existem os furos no fundo da caixa! E quando todas migrarem, teremos na caixa inferior o humus, um adubo excelente.
E o chorume?
O churume, o líquido que fica armazenado na última caixa, também é um biofertilizante ótimo para as plantas. É só dilui-lo em água, numa proporção de 1 parte de chorume para 5 ou até 10 de água e borrifar nas folhas das plantas, na horta e até no solo. E ele ainda pode ser armazenado em garrafas pet.

Seguem os links:
Vídeo Jornal de Notícias, Portugal
Projeto Compostagem, Portugal
Guia prático, Portugal
eCicle, Brasil
Morada da Floresta, Brasil
Ecoisas, Brasil
Jora Brasil

Um comentário:

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